Observar é algo que faz bem.
Ou pelo menos acha que faz bem.
Tem medo de deixar algo passar, mas acaba deixando.
Não gosta de ignorar sinais, mas sem querer, ignora.
Sem querer? Claro, sem querer.
Assim como muitos ao seu redor, já se arrependeu.
Ela acha que com sorte consegue contá-los em uma só mão. Alguns são latentes, a visitam à noite. Chegam sem avisar, deixando o peito apertado, os olhos marejando e a mente implorando para esvaziar, pra ficar em branco. “Como não percebi? Como pude?”
Outros não são assim tão cruéis. Há casos em que não tem certeza se realmente perdeu algo ou se livrou-se de algo, mas sabe que já sentiu aquele estalo, quase como uma epifania de que era tarde demais em algumas situações.
Aquele estalo de que gastou tempo e energia em coisas que hoje não fariam nem cócegas e antes eram a famosa tempestade em copo d’água. Aqueles pensamentos de “e se...”. Mas acontece que o “e se” não muda nada, na verdade, ficar preso dentro de pequenas possibilidades só piora as coisas. Torna o arrependimento pior.
Ela já se abriu sobre alguns deles, sublimou muitas coisas no documento do word. Não fazia ideia de como isso lhe faria bem de alguma forma. Já falou da perda de quem ama e de como queria ter feito diferente. Como queria. Já falou dos desejos que tinha e que ao realiza-los viu que estava fazendo besteira. Demais. E hoje com os olhos abertos, espera conseguir pelo menos aproveitar o que tem, se entregar enquanto tem, viver enquanto tem.
Fazer de tudo... Enquanto tem.
Gostei, Gato de chita! Me prendeu desde o início e eu achei muito legal você decidir usar a terceira pessoa.
ResponderExcluir(minha única crítica nem é uma crítica mas acho que o terceiro e o quarto parágrafo poderiam ser juntos pq eles continuam o mesmo assunto porém eu nunca sei como dividir meus parágrafos também então ta tudo certo kkkkk)
Oi, Gato de Chita! Senti falta de um recorte em relação a algo que realmente perdeu e deu valor quando era tarde. Mas, em contrapartida, amei os paradoxos presentes na crônica. Abraços da Formiga!!!
ResponderExcluirGostei bastante do texto, acho que a forma que você escreveu sobre sentir o arrependimento em si faz com que seja fácil de me identificar com o texto (o que me fez gostar ainda mais).
ResponderExcluirBela conclusão, texto bacana, parabéns.
ResponderExcluirGostei da forma que você vai construindo o texto e a gente só percebe no que vc tá se referindo mais pro meio, mas mesmo assim não deixa de estar bem construído. Boa crônica, parabéns!
ResponderExcluirAdorei o texto inteiro, vários sentimentos e várias experiências. Parabéns
ResponderExcluirNossa, gostei bastante da ideia que vc trouxe de aproveitar o agora, de verdade. Me identifiquei com o trecho "Aquele estalo de que gastou tempo e energia em coisas que hoje não fariam nem cócegas e antes eram a famosa tempestade em copo d’água." Muito bom, Gato.
ResponderExcluirAchei o início do texto um pouco confuso, mas gostei de como as coisas vão se desenrolando e gostei muito mesmo do final. O texto como um todo ficou muito bonito e muito sincero, parabéns!!
ResponderExcluirMuito bom seu texto, interessante como usou a 3ª pessoa. Também odeio me ficar nessa do "e se...". Parabéns
ResponderExcluirComo já disseram, o desenrolar do texto é muito bom e me prendeu, parabéns pela crônica!!
ResponderExcluirO tema tem muitas forma para se abordar e eu acho que funcionou bem utilizando da 3ª pessoa, parabéns.
ResponderExcluirGostei muito do texto e da fluidez, o início dele então ficou ótimo!
ResponderExcluirAdorei a crônica, Gato de Chita. Na minha humilde opinião, acho poderia ter especificado algo que teve e perdeu.
ResponderExcluirO "e se..." é realmente como você disse, chega a ser sufocante se prender a ele.
Muito bom texto, Gato! Me identifiquei muito na parte de perceber certas situações no meio da madrugada.
ResponderExcluirMe identifiquei muito com algumas partes, mas acho que faltou falar algo mais especifico que você teve e perdeu. Fora isso o texto está ótimo parabéns!!
ResponderExcluir