Rita Skeeter estava sentado naquela cadeira, fitando a parede por mais tempo do que deveria. Se fosse para escrever qualquer texto jornalístico mais objetivo, mesmo que crítico, até que seria tranquilo. Só que naquele momento ele estava diante de dois dos maiores desafios que enfrentara durante sua vida: 1. uma prova, em que 2. ele precisava escrever sobre si mesmo.
Diferente da personagem que inspirou seu nome, Rita não possui feições características e exageradas, grandes e fortes. Ela usa roupas mais básicas, não é tão expressiva e prefere ficar mais na sua, pois é meio introvertida.
Mas quem dera ele fosse audacioso como a personagem de Harry Potter, a ponto de utilizar informações falsas para escrever. Bem que queria, mas se fosse falso sobre si mesmo naquela prova, provavelmente não passaria. Na verdade, nem sabia se queria mesmo passar. Valia a pena todo aquele sofrimento? Pensou em forçar um desmaio. Só assim conseguiria se livrar daquela situação sem ter que dar desculpas a ninguém.
Olhou para o relógio: a hora passava mais rápido do que ela gostaria. Resolveu começar a escrever qualquer coisa mesmo. Foi curta e direta. Talvez porque faltava tempo – e em sua vida, sempre faltava tempo. Talvez porque ela sabia ser precisa em poucas palavras quando era necessário. Porém, talvez ela tenha escrito daquela maneira por conta de sua baixa autoestima.
Rita sempre acha que vai dar tudo errado e que não é capaz. E não gosta muito de falar sobre seus sentimentos, porque talvez não goste muito de seus sentimentos. Mas a verdade é que ele é muito inteligente. E, apesar de parecer indeciso, por se alternar entre pronomes “masculinos” e “femininos”, ele sabe muito bem o que pensa da realidade à sua volta. Ele consegue ser breve, mas pode se alongar quando é essencial. Tem a habilidade de usar palavras de empatia e é sensível aos sentimentos dos outros, tal como deveria ser com os seus próprios. Ele sabe escrever bem e emocionar, mas talvez não saiba disso.
Ela não sabe o quanto é incrível.
Gostei bastante da crônica. Parabéns!!
ResponderExcluirBom texto, simples e leve, mas que cumpriu bem a proposta. Parabéns pela crônica!
ResponderExcluirGostei muito! Principalmente da dualidade com pronomes masculinos e femininos. Achei essa ideia muito boa e foi muito bem executada! Parabéns!
ResponderExcluirConfesso que é muito estranho a gente ler sobre "a gente", ainda mais quando a pessoa talvez nem nos conheça.
ResponderExcluirAo mesmo tempo que muito coisa parece comigo no texto, também, não tem nada a ver. Fiquei muito curioso e feliz por você me fazer ter esse sentimento, que é a incerteza, coisa que eu quase não tenho.
Amei a crônica e, meu deus, se um dia eu fizer um livro sobre mim, o primeiro paragrafo com certeza vai estar lá.
Quando nos conhecermos, você mesma vai tirar suas conclusões de que se eu pareço ou não, e vai entender o porque parece ou não eu nesse texto.
Adorei.. Obrigado.
Gostei do texto, já ia criticar sobre a confusão com os pronomes, mas depois de sua explicação tive um sorriso no rosto. Só senti um pouco de falta de características físicas
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirBom texto, senti um pouco de falta de características físicas (poderia ser mais básicas e gerais tipo cor de pele, dos olhos e etc) mas gostei das transições de gênero que vc usou. Parabéns!
ResponderExcluirGostei muito, feito com bastante sensibilidade sobre o pseudônimo. Parabéns!
ResponderExcluirQue sacada!
ResponderExcluirGostei muito da forma sensível que escreveu sobre Rita e a alternância entre pronomes feminino e masculino foi essencial para o charme da crônica. Parabéns
Parabéns pelo texto!! Foi muito bem escrito, amei como você descreveu a Rita
ResponderExcluirAdorei o jogo com os artigos, deu muita dinâmica à crônica!
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