Ah, novembro! Pra muitos o penúltimo mês do ano, o mês que antecede o fim oficial das desgraças causadas pelo 2020° ano de vida de Jesus (que com certeza foram causadas pela casualidade do universo e não pelo sistema capitalista que cultivamos há centenas de anos). Marcando só mais dois meses pro coronavirus resolver ir tirar férias no caribe e a gente poder começar os preparativos pro Carnaval aglomerado. fantasia de diabinho, havaiana branca com tira azul, cooler de cerveja e sol na cara. Finalmente. O brasileiro só pensa nisso em novembro, né? Ou talvez não. E é ai que começam nossas diferenças. Pra mim Novembro é o mês da paciência. Nem tenho tempo de estar planejando qual vai ser minha primeira aglomeração quando acabar a validade da pandemia no dia 31/12. Até la ainda tem muito chão pra mim porque novembro se extende sempre mais do que deveria. sempre por tempo indeterminado. As vezes me pergunto se ele não acontece o ano todo mas sempre que ele chega me da uma rasteira lembrando que o Morgan Freeman não ta tão presente na minha vida assim o resto do ano. Morgan é papel Noel dos negros, eu já até cultivei um carinho pela foto dele, o problema é que ele é do tipo que vem todo felizinho desce a chaminé, toma o leite, come o biscoito, senta um pouco na sala, assiste televisão e deixa o presente lá, no outro dia eu vou toda feliz abrir e quando vejo: meias. Todo santo ano. Eu sempre juro que vou encontrar algo diferente, algo mais criativo mas não, sempre as malditas meias. E se elas fossem coloridas tudo bem mas são brancas e sem graça. Pra quem não ta acompanhando os acontecimentos do mundo e não sabe do que eu tô falando, novembro é o mês da consciência negra, o mês que os jornais fervulham de notícias sobre a importância da princesa Isabel, as escolas pintam os corredores com frases dizendo que somos todos iguais e os brancos se dividem entre os que postam stories no Instagram com "temos que dar voz à criadores de conteúdo negro" (como se a gente não soubesse falar) com IZA-Pesadão de música de fundo e os que publicam o nosso papel Noel dizendo que precisamos do dia da consciência humana. Eu acho incrível sempre, é um fenômeno. Tudo que eu queria era que no mês de novembro a gente recebesse uma folga e fosse descansar, tirar umas férias e não torrar meus neurônios tendo que explicar o que deveria ser ensinado na escola. Em um desses novembro fui falar algumas ideias que tinha com a professora que estavam organizando o evento da consciência na escola e ao citar a palavra racismo ela me disse "racismo? isso existe? Aqui?" completamente horrorizada enquanto recortava o cartaz do Morgan Freeman.
enfim, novembro: o mês da paciência negra.
Filha de Oyá
Sua crônica me tocou muito.. Adorei o título e confesso que fiquei intrigado para entender o que significaria. Prendeu muito. Parabéns
ResponderExcluirObrigada, anjo! fico feliz que tenha te agradado <3
Excluirna verdade, nosso calendário começa a contar a partir da morte de Jesus, então seria o 2053º ano de vida. Não entendi o "papel Noel". Acho que a separação em parágrafos sempre ajuda na leitura mais agradável do texto. No mais, é uma crônica inteligente, parabéns!
ResponderExcluiragora que eu vi o erro na verdade era "papai noel" e por não ser religiosa não tinha ideia que eram 2053 hahah muito obrigada pela crítica, vou tentar melhorar a questão dos parágrafos!!
Excluirna verdade nosso calendário começa a contar do nascimento de Jesus mesmo...por isso a divisão a.C e d.C (antes e depois de Cristo)
ExcluirA crônica tem um bom tema, mas ficou bem confusa. A construção dos fatos, a narrativa em si, entre outros aspectos poderiam ser montados de outra forma. Tema relevante, no mais, parabéns!
ResponderExcluirmuito obrigada!! Eu também não estou muito satisfeita com o ritmo da leitura, vou tentar melhorar <3
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ExcluirAcho que a construção acabou ficando um pouco confusa, talvez tenha sido a falta da divisão de parágrafos, mas ainda assim um tema muito importante pra ser levantado!
ResponderExcluirHahah gostei muito das metáforas que você usou, como o Morgan Freeman como papai noel e o presente sendo meias brancas. Parabéns pelo seu texto, bem criativo!!
ResponderExcluirFilha de Oyá, não sei se a escolha por esse tema foi tão adequada, já que a proposta era alguma matéria. Realmente não sei se você se inspirou em alguma específica para fazer, mas acho que seria interessante pontuar. Além disso, acho que alguns tempos verbais podem ser usados para dar mais fluidez ao texto, como em "resolver ir tirar férias no caribe e a gente poder começar". Se tivesse mais divisão entre parágrafos também ficaria melhor. Mas o tema é bem importante. Parabéns.
ResponderExcluirPoderia ter divido em parágrafos, acaba que fica meio massivo de ler.
ResponderExcluirGostei do seu texto, o tema é bem importante. Como ja foi dito acho q poderia ter dividido os parágrafos pra facilitar um pouco a leitura. Parabéns
ResponderExcluirSempre pertinente e necessária. Só concordo com os colegas que a divisão em parágrafos ajudaria bem mais na narrativa e o "papel noel" também já foi citado.
ResponderExcluirBom tema e crônica, só achei que ficou um pouco confuso e que a formatação poderia ser melhor, a utilização de mais parágrafos, por exemplo.
ResponderExcluirGostei da crônica e do tema, mas acho um pouco confuso, assim como os colegas fiquei me perguntando qual a referência do "papel Noel"
ResponderExcluirMuito boa crônica, não tenho críticas a fazer, apenas o comentário que os colegas já fizeram sobre dividir em parágrafos, pra deixar a leitura mais leve.. de qualquer forma, o texto me prendeu até o final.
ResponderExcluirAhhh Morgan Freeman, "somos todos iguais", sério, fico até sem palavras. Todas essas frases batidas que no fundo não servem de nada que não seja me irritar profundamente. Parabéns pelo texto!
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