Dualidade

 Plínio Haroldo. Nome forte, digno de um naturalista romano ou um especialista em advocacia. Mas não. A pessoa que me refiro aqui foge dos estereótipos de nome. Com sua estatura média, e sua combinação de bermudas com clássicas camisas de botão, ele é uma ótima companhia pra assistir um documentário ou para uma viagem cheia de aventuras. O que mais chama atenção no seu rosto são suas sobrancelhas, escuras e abundantes. Sempre que esboçava uma emoção, elas se sobressaiam em sua face. Não pensem que estou descrevendo um jovem adulto sério e mal-encarado. Ele, com seu jeito de ser, sabe dosar linguagem informal repleta de palavrões e gírias, como um bom carioca, com os momentos de seriedade que lhe é cobrada na vida. Como amigo, ele é quem todos procuram quando querem discutir ou entender melhor algum assunto político. É sua especialidade. Plínio, na maioria das vezes, está atento aos assuntos e forma suas próprias opiniões acerca da confusão que é política brasileira. 

Combinando com suas roupas, representa um equilíbrio curioso de seriedade e descontração, tendo uma postura mais “fechada” ao lidar com desconhecidos, provocando respeito com sua presença nos ambientes, mas que se abre e faz piadas ao lado dos seus amigos próximos. O Cisne, fazendo jus a sua lenda, animal que parece ser calado durante a vida e surpreende com um canto no momento de sua morte, ele transparece seu jeito extrovertido em momentos específicos. 

E o lado emocional? Plínio, mesmo sem ter grandes questões verbalizadas sobre isso, tenta se manter bem sendo o mais racional que consegue. Quando precisa conversar com alguém sobre seus sentimentos e dores, ele contorna a situação (muito bem, por sinal), evitando se debruçar sobre essas questões tão complicadas. 

Assim como nós, ele é composto de dualidades. Plínio é gente como a gente.

    

                                                                                                            Estela Lia