Menina, nem te conto. Jesus voltou e está puto com os católicos.
Também, né? O cara morreu há uns 1000 e tantos anos, foi representado o tempo todo como um homem loiro, de olhos azuis e hétero, e quando tentam representá-lo de outra forma, os católicos querem tirar do ar.
Quando Jesus voltou, você precisava ver. Todo aquele papo de bondade, de perdão e de amar o próximo ficou com Deus, porque ele não salvou ninguém. Menina, puto, puto mesmo, com vinho nos olhos.
Deixa eu explicar, Fábio Porchat, Gregório Duvivier e aqueles maconheiros do Porta publicaram um especial de Natal dizendo que Jesus era homossexual e a comunidade católica ficou irritadíssima, pediram pra tirar do ar e tudo. Aquele papo de desrespeito à fé. O que eles não esperavam é que Ele, telespectador fiel da Netflix, tinha gostado da obra. Estava tão divertido, falava umas besteiras, a galera ria dele… então achou que, finalmente, iam entender que ser homossexual não é pecado, né?
Que nada. Dias Toffoli teve que barrar o pedido de suspensão do especial e dia 03 o STF manteve a decisão.
Eu acho errado, já que a Netflix nos forçou a ver, mandaram até e mail indicando. Gostei mais ou menos, mas acho que não pode desrespeitar ninguém, né? Exceto quando destroem terreiros e jogam coquetel molotov na produtora do filme. Assim, se a maioria da população brasileira é cristã, que se danem os outros.
Mas voltando pra Jesus: chegou lá na Igreja essa semana, gritou, falou que éramos cristãos de merda, mas cá entre nós, a galera acreditou que era ele, eu tenho minhas dúvidas. Ele falou que como que a gente acreditaria em filme falando que ele era branco se nasceu no Oriente Médio? Como que a gente discrimina homossexual se ele fala pra amar o outro como a nós mesmos? Um monte de coisa. Mas Ele era um cara baixinho, franzino, negro… sei lá, não me passou muita confiança.
O lance é que agora temos que conviver com dois problemas: esse especial liberado em nome da “democracia”, que só de ter demo no nome a gente sabe que coisa boa não é, e esse cara que fala o tempo todo de amar, respeitar e perdoar.
Sinceramente, se for Ele mesmo, não precisava ter voltado.
Michael Scarn
"Como que a gente discrimina homossexual(,) se ele fala pra amar o outro como a nós mesmos?" Essas relações causais ficam melhores se separadas por vírgula.
ResponderExcluirFora isso, nenhum comentário, tema bem escolhido, parabéns pela crônica!
Oi, Cara. Muito obrigado pela crítica. Em vários momentos eu optei por escrever de uma maneira que se aproximasse da oralidade mesmo: o uso do "né", "pediram pra tirar do ar e tudo", e essa escolha foi para dar velocidade à fala. Mas obrigado pela crítica, novamente. Vou ficar mais atento nas próximas! :)
ExcluirConcordo com o que foi dito acima, sobre relações causais. Fora isso, muito bem feito.
ResponderExcluirGostei bastante do texto e do tema!
ResponderExcluirGostei da ideia do texto, achei confuso em alguns momentos mas no geral passou a mensagem.
ResponderExcluirTambém gostei bastante, não sabia que o assunto desse especial de natal tinha voltado à tona. Parabéns Michael!!
ResponderExcluirEu achei seu texto muito bom e o uso dos recursos de oralidade como o "né?" me deram a impressão de estar conversando com alguém sobre o tema abordado.
ResponderExcluirFiquei com a impressão de estar te ouvindo contar, a oralidade e a ironia foram bem aplicadas. Parabéns pela crônica
ResponderExcluirGostei muito do texto, parabéns!
ResponderExcluir"Todo aquele papo de bondade, de perdão e de amar o próximo ficou com Deus, porque ele não salvou ninguém." genial kkkkkk adorei como você usou e abusou na ironia, fez o uso deste recurso de forma impecável, parabéns, Michael!!
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