Não sei até que ponto essa lembrança é verdadeira, mas se for próxima a realidade eu não poderia ficar mais feliz. Me levaram para a casa dos meus avós. Eu andava por todos os cômodos, esperando que meus pais voltassem para me buscar.
A grade que me mantinha de fora da varanda nunca pareceu me aprisionar tanto quanto naquele momento. Não era muito claro pra mim o que estava acontecendo, mas a inquietude de todos era muito clara até para mim, ainda criança.
Lembro de sentir saudade da minha mãe e de ter minha avó indo atrás de mim pelos cantos. Nos encaramos no espelho do corredor e eu queria muito lembrar das nossas expressões, mas só me recordo da textura da madeira que emoldurava o espelho.
Acho que a euforia que se espalhava pela casa foi o que fez com que essa lembrança se mantivesse na minha mente. Sinto que eu também me contagiei pela alegria. Alguém muito importante parecia estar chegando.
Pode não ser real, mas acho que de alguma forma eu entendia que tudo mudaria para sempre a partir daquele momento. Afinal, teríamos mais um par de perninhas para seguir pela casa. Mais risadinhas para alegrar os dias cansativos. Mais alguém para dividir comigo os pais, avós, bons momentos e problemas do dia a dia.
Posso estar imaginando coisas, mas sinto que naquele dia, os olhares dos meus avós me diziam que aquela pessoinha, que minha mãe em poucas horas traria, seria para sempre uma das melhores companhias.
Tela Azul
Aiiiiiii que lindo Tela, muito fofinha sua memória.
ResponderExcluirTelaaa, que gracinha de texto!! Sério, fiquei com o coração quentinho agora. Mostra esse texto para essa pessoa e escreve a sua próxima crônica com a resposta dela. O Brasil todo tá pedindo! kkkkkk Parabéns!!!
ResponderExcluir