Euridice, você sempre me passou a imagem de ser uma pessoa madura. Desde o
início, cheguei a suspeitar que você seria uma pessoa mais velha do que a média da
turma, enriquecendo suas crônicas com experiências que muitos de nós não passamos.
Você conseguiu fazer isso sem, em nenhum momento, nos afastar do que você buscava
passar.
Acredito que você esteja cansada de ser chamada de forte, ou de ouvir outras
mulheres sendo caracterizadas assim, porque você sabe que estamos cansadas de ser
fortes. Fortes, resilientes, guerreiras, como você bem falou em uma de suas crônicas.
Acredito que você, assim como eu, não quer precisar ser forte, você quer o seu direito
de apenas ser – sem complemento.
Dividimos, também, muitas opiniões, ao ponto de que um debate entre nós seria
um tédio para qualquer um assistindo. Sua escrita, em muitos momentos, compartilhou
angústias que eu mesmo senti. Sua crônica sobre a sua sombra a respeito da inveja que
sentia de sua prima, disfarçando uma insegurança de não ser o suficiente mostrou a
fonte de muitos dos meus ódios.
Não sei quem você é e, mesmo que soubesse, não mudaria minhas palavras.
Vejo você ou, pelo menos, seu personagem desse pseudônimo, como uma pessoa firme
e que não se abala com qualquer coisa. Espero que você realmente seja assim (é a
expectativa que eu joguei em você). Análise de pessoas não é realmente meu forte,
então, pode ser que tudo que eu falei esteja errado, quem sabe né? Mas não quero
empurrar minhas dúvidas para uma pessoa de certezas.
Saramaga
Nossa, eu também sempre achei que Eurídice era mais velha. Na verdade, eu ainda acho que Eurídice tem mais de 25 anos. Quem dançava o Tchan não é um recém saído da adolescência, egresso do ensino médio entrando na faculdade. E quando ela era casada, algo assim? Fora que vamos combinar, não sei se a escolha do nome Eurídice também não remete a maturidade, pode ter interferido também nessa concepção de ser alguém mais velho.
ResponderExcluirEnfim, Eurídice. Espero te conhecer também, valeu. Sempre leio teus textos.
Amei as palavras, Sara! Talvez isso pareça egocêntrico (juro que não é), mas essa foi uma das tuas melhores crônicas. Fico feliz de saber que meus escritos provocaram tais sensações em ti e que dividimos algumas angústias. Sim, eu não quero precisar ser forte, eu quero apenas ser sem complemento. E eu espero que nós tenhamos esse direito <3
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