Gosto de pensar que nunca desejei a morte de ninguém, mas com certeza já imaginei qual
seriam as consequências dessa morte na minha vida. O que aconteceria comigo, o que as
pessoas falariam para mim, como seria minha vida dali em diante. Quando, na verdade,
deveria estar triste por aquela pessoa não poder mais aproveitar as coisas boas da vida que
não teve a oportunidade.
Tenho esse tipo de pensamento a todo momento, então o egoísmo deve ser uma grande parte
de mim. Não consigo pensar em alguém conquistando seus objetivos e eu não. Eu até fico feliz,
de verdade, mas nunca 100%. Sempre tem uma partezinha, no fundo do meu cérebro falando:
“Era pra ser eu”.
Toda vez que isso acontece, tento me justificar pra mim mesma ou até me autocriticar, mas
nada faz com que esse pensamento vá embora. É extremamente difícil pensar que, talvez, eu
não tenha conseguido porque não mereço ou porque não me esforcei tanto quanto a outra
pessoa. O egoísmo surge, então, como um mecanismo do meu cérebro idiota de tirar a culpa
de mim mesma.
Meu subconsciente só está tentando me proteger do meu próprio fracasso (acadêmico,
pessoal, amoroso...a lista é grande) e, até que eu consiga aceitar essas falhas em mim, o
egoísmo continuará me assombrando a cada momento que ouvir um “Olha o que eu
consegui!”.
Estagiária do Profeta Diário
Estagiária, se isso te tranquiliza, acredito cegamente que todos nós somos assim. Até os padres, monges e pastores. É inevitável. Podemos ficar felizes, comemorar juntos e parabenizar o outro, mas no fundo... No fundo, você sabe. A gente queria que fosse a gente. Nos ensinaram que é errado, eu sei, mas precisamos aprender a aceitar esse sentimento também. Ele vai continuar aqui; só assim para vivermos livres de culpa.
ResponderExcluirEstagiária, também falei sobre o egoísmo na minha crônica e achei em diversas crônicas que li aqui também, como a BIC disse acho que todos temos uma parte assim, e está tudo bem. Parabéns pela coragem de se expor, amei seu texto !!!!
ResponderExcluirestagiária, como a bic falou, somos todos assim, só tentamos não deixar isso muito na cara. e quando eu falo todos, quero dizer todos mesmo, eu, meus pais, meus amigos, meu cachorro invisível (ok, talvez o cachorro não, cachorros são fofinhos e possuem um coração puro demais pra isso), mas todas as pessoas são assim. nós gostaríamos de ser a outra pessoa, talvez ainda melhor do que ela é. lindo o texto e obrigada por nos deixar lê-lo ❤
ResponderExcluirEstagiária, esses pensamentos parecem terem origens vindas do sussurro do Diabo, não é? Acredito que todos possuem coisas assim, nós podemos ter tudo, mas algo lá no fundo vai nos forçar a olhar para o outro e pensar: Se fosse desse jeito como o dele, seria melhor.
ResponderExcluirComo os outros comentários disseram, esses pensamentos estão presentes em todo mundo, mas algumas pessoas são consumidas mais por eles, outras menos. Ao meu ver, fingir que eles não existem e reprimir todos acaba nos afetando de forma negativa, mas eu não acredito que seja o seu caso, até porque você foi fod* em relatar isso, parabéns pelo texto!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEstagiária, eu me identifiquei muito com o seu texto! Eu costumo me cobrar demais e quando vejo uma pessoa alcançando algo e eu não, eu me culpo e sinto raiva. Acho que nós duas precisamos trabalhar esse sentimento de culpa e aceitar que tá tudo bem a gente não conseguir tudo na vida. As vezes, não conseguimos algumas coisas para conseguir outras, e, no final, dá tudo certo! Acho que tem até um lado bom nisso tudo: talvez não lutássemos tanto no nosso dia-a-dia para conquistar o que queremos de verdade se não sentíssemos essa inveja dos outros. Abraço!
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