Todos amam tomate é uma mulher nascida em dezembro de 2002. Vai completar 19
anos esse ano. Seu nome tem dez letras e foi escolhido em homenagem ao seu pai, ela e
o pai compartilham a décima terceira letra do alfabeto.
Seus pais tinham 26 anos quando ela nasceu. A mãe dela se chama Maria e é do interior
de Pernambuco, veio para a região sudeste nos anos 90, passando primeiro por São
Paulo até chegar ao Rio de Janeiro, onde foi empregada de uma madame em Icaraí.
Maria não terminou a escola, pois precisou dedicar sua infância e juventude a cuidar do
pai, dos irmãos e dos sobrinhos. Maria não pôde ensinar a filha a escrever, pois mal
sabia, mas, junto com o pai da menina, não mediram esforços para proporcionar tudo o
que pudessem. Todos amam tomate estudou em escola particular, fala inglês, já viajou
de avião para visitar a família e ingressou em uma Universidade Federal no Rio de
Janeiro.
Maria vem de uma família de onze Marias, onde nem todas têm o nome Maria em si,
mas têm o “espírito de Maria”, como disse a Todos amam tomate. Aliás, eu
acrescentaria que nessa família, na verdade, tem doze Marias, pois pelos textos da
Todos amam tomate, podemos constatar facilmente que ela herdou esse “espírito de
Maria”. Suas crônicas exalam a mulher forte que ela é.
Todos amam tomate é a única mulher entre seis netos na família do pai. Do pai, ela
herdou a cor da pele, o nariz, a frieza – que ela disse ser uma característica do pai por
culpa dos avós, a tendência a piadas ruins e o amor por desenhos antigos. O nome do
pai foi escolhido por causa de um jogador de futebol. Ela escreveu a crônica epistolar
para o pai, e eu acredito, pelo o que li no texto, que trocar palavras de carinho e afeto
seja uma barreira entre os dois – talvez por causa daquela frieza citada acima.
Nesses dias frios de inverno, Todos amam tomate passa os dias implorando ao pai pelo
edredom novo. Imaginei uma cena bem engraçada quando li isso.
Sua primeira lembrança é o caminho para escola quando ela era pequena. Ela usava um
uniforme azul e amarelo e uma mulher de cabelo escuro com coque mal feito a levava,
segurando sua pequena mãozinha e pulso. Acredito que essa mulher era Maria.
Na casa dela ainda tem o sofá que tinha quando ela nasceu, a família não quer se
desfazer do sofá porque acham que ele faz mais parte da casa do que eles mesmos. É um
item repleto de lembranças, como a foto em que o pai a segura em seus braços sentado
naquele sofá assim que ela nasceu.
Nesse último verão, Todos amam tomate foi à praia pela primeira vez desde os seus sete
anos de idade.
Fada Amarela e Rosa
oficialmente considerando essa a biografia da minha vida!
ResponderExcluirficou perfeito, obrigada por escrever tão bem sobre mim ❤
ResponderExcluirAdorei também!!! Só discordo porque eu achava que todos amam tomate era uma adolescente mais jovem. Talvez um daqueles que entram na universidade aos 16 anos.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirQue riqueza de detalhes! Adorei que até o mês do nascimento você imaginou ahaha
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