quinta-feira, 8 de julho de 2021

Roupas brancas são as minhas favoritas

Toda terça-feira às 19:00. Todos chegam com meia hora de antecedência porque às

19:00 em ponto vai começar. Aqueles que têm a habilidade espiritual fazem uma grande

roda. Todos os outros ficam em volta sentados em bancos brancos sem encosto.

Começa o som do atabaque. Todos começam a cantar. Aqueles cantos que deixam a

gente todo arrepiado. Você sabe que está exatamente onde você deveria estar quando o

seu coração sintoniza com a batida do atabaque. Os portais começam a abrir e chegou a

hora. Todos querem tomar um passe para voltarem revigorados para casa.

Vovó Joana da Angola sempre tem um ensinamento para passar. Tudo dura em média

uma hora ou uma hora e meia, passa voando. Ah! Como é linda a nossa herança, tão

rica! Símbolo de resistência, força e salvação dos nossos ancestrais.

Tentam embranquecer a nossa sabedoria ancestral. Afinal, vocês não acham que

Yemanjá é aquela mulher branca dos cabelos lisos e castanhos, não é?

“Vovó, por que os pretos velhos andam curvados? ” A matriarca responde que é para

nunca nos deixar esquecer que nossos ancestrais sofreram tanto, são as sequelas de

tantas chibatadas.

A nossa língua é o yorubá. Em tempos tão sombrios e difíceis filhos, cuidem de seus

oris.

Nossos encontros abertos são todas as terças-feiras, com palestras e sessões. Ah! E não

se esqueçam: roupas brancas e respeitosas ao ambiente religioso. AXÉ!



Fada Amarela e Rosa

Um comentário:

  1. Amei seu texto, por trazer um assunto ainda não trabalhado nas crônicas que li, abordou de forma linda a representação dessa religião, parabéns, amei.

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