Toda terça-feira às 19:00. Todos chegam com meia hora de antecedência porque às
19:00 em ponto vai começar. Aqueles que têm a habilidade espiritual fazem uma grande
roda. Todos os outros ficam em volta sentados em bancos brancos sem encosto.
Começa o som do atabaque. Todos começam a cantar. Aqueles cantos que deixam a
gente todo arrepiado. Você sabe que está exatamente onde você deveria estar quando o
seu coração sintoniza com a batida do atabaque. Os portais começam a abrir e chegou a
hora. Todos querem tomar um passe para voltarem revigorados para casa.
Vovó Joana da Angola sempre tem um ensinamento para passar. Tudo dura em média
uma hora ou uma hora e meia, passa voando. Ah! Como é linda a nossa herança, tão
rica! Símbolo de resistência, força e salvação dos nossos ancestrais.
Tentam embranquecer a nossa sabedoria ancestral. Afinal, vocês não acham que
Yemanjá é aquela mulher branca dos cabelos lisos e castanhos, não é?
“Vovó, por que os pretos velhos andam curvados? ” A matriarca responde que é para
nunca nos deixar esquecer que nossos ancestrais sofreram tanto, são as sequelas de
tantas chibatadas.
A nossa língua é o yorubá. Em tempos tão sombrios e difíceis filhos, cuidem de seus
oris.
Nossos encontros abertos são todas as terças-feiras, com palestras e sessões. Ah! E não
se esqueçam: roupas brancas e respeitosas ao ambiente religioso. AXÉ!
Fada Amarela e Rosa
Amei seu texto, por trazer um assunto ainda não trabalhado nas crônicas que li, abordou de forma linda a representação dessa religião, parabéns, amei.
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