Um homem que fique só comigo, enquanto eu fico com quem eu quiser

Numa noite, como de costume, saímos eu, meu melhor amigo, João, e o irmão dele, Paulo. Eu tinha meu namorado. O Paulo também tinha uma namorada. Costumávamos fazer aquilo todas as noites, assim como era costume que nossos namorados ficassem em casa. Mas aquele dia já começou diferente. Era a festa mais esperada do ano. Estávamos muito animados. 

Nos preparamos, encontramos com mais 2 amigas no caminho e fomos.

A festa estava realmente fazendo jus a toda publicidade. Lotada. Animada.

Paramos para tirar fotos antes de ficarmos bêbados e perdemos a fotogenia. Em meio as poses, senti uma mão na minha cintura de um jeito que eu nunca tinha sentido antes. Olhei e era ele: Paulo. Aquilo me acendeu uma pulga atrás da orelha. Será que senti certo?

Acabamos as fotos, fomos andar pela festa. Em fila indiana, como o ambiente pede.

Num momento desses, senti Paulo encoxar em mim.

Respirei fundo e me questionei se eu estava sentido certo.

Continuamos andando e quase que instintivamente eu parei propositalmente. Ele me encoxou outra vez.

Então era verdade. Eu tinha sentido toda aquela virilidade.

Não me lembro bem quantos copos e quantas gargalhadas foram necessárias para que nós combinássemos um ponto de encontro em meio aquela festa enorme e saíssemos da vista dos nossos amigos sem que percebessem. 

No dia seguinte, mesmo com a embriaguez da volúpia, nada sobre o assunto. Vamos seguir em frente. Conversamos os 4 na hora do almoço, eu e meu namorado, ele e a namorada dele, normalmente como fazíamos em todos os almoços.

Mais uma festa.

E mais uma encoxada. E mais um escurinho. 

Outra festa.

Direto para o escurinho.

Não precisou mais de festa. Um dia eu encontrei um carinha que estava saindo com o João e propositalmente o levei até a casa deles, só para ver o Paulo. Assistimos filme. O carinha e o João ficaram empolgados e foram pro quarto. 

Sobrou toda uma sala para nós dois. 

Deixamos um rastro. Um lençol gozado.

João descobriu. Um pacto de silêncio em nome da irmandade e a amizade.

1 ano de crime e quase isso que João nos acobertava, que chegava em casa do trabalho e nos encontrava despidos pela casa.

E nossos namorados? São os últimos a saber. Não é como dizem por aí?

E às vezes agíamos como namorados perto dos nossos namorados. Ah! são amigos! Eu e ela éramos amigas também. Eles dois amigos. Éramos quase uma família. E que família. 

Como eu me sentia grande por dentro. Exatamente como nos filmes que vi e revi durante muitas vezes. Uma mulher com seus dois homens, dominados física e psicologicamente. 

Eu me sentia a própria Angelina Jolie em Pecado Original. 

Até que tudo ruiu. A namorada nos pegou. Meu mundo caiu, como um dia cantou Maysa. 

Foi sofrido. Mas foi aprendizado.

Aprendi que meu fetiche é ter um homem que fica só comigo enquanto eu fico com quem eu quiser.

Depois dessa vez nunca mais namoros. Apenas relacionamentos extraconjugais. Isso me excita. Saber, principalmente, que há uma terceira pessoa enganada. 

Quem nunca acariciou uma perna por baixo da mesa que atire a primeira pedra. 

Eu já acariciei várias. 

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Don't call me Madam. 

'                               Prazer, 

                                                                               Perua.