Em uma casa, seis pessoas. Minha tia, minha vó, minha bisavó, minha mãe, meu avô e essa humilde pessoa que vos fala. O primeiro lugar e com as primeiras pessoas em que morei foi esse. Me lembro, bem vagamente, de poucas coisas. Mas a minha primeira memória vem dessa casa e do cheiro de lá.
Nada me faz esquecer o cheiro daquele ambiente, se iniciando as dez e meia da manhã, a hora em que minha bisa levantava e junto com minha avó que já estava de pé faziam o almoço, e se estendendo até duas da tarde, horário em que tiravam a mesa.
A comida era variada e repleta, além também de serem muito gostosas. Lembro de amar sexta-feira, por exemplo, justamente por ser o dia do frango a milanesa com purê de batata. Aos sábados então, era marca registrada do bife acebolado com batata frita. E tinha ainda a carne moída com macarrão que não tinha dia específico, mas eu amava de paixão e não posso deixar de fora.
Lembrar desses momentos em texto, sendo uma das minhas primeiras memórias, me fazem sentir saudade. Não da comida, que era muito gostosa por sinal e eu não perdia a chance de repetir, mas pelas pessoas que estavam ao meu redor na época. Hoje minha bisavó, a pessoa que fazia as melhores comidas, não está mais aqui. Entretanto com ela quando eu já estava mais velho consegui aprender todas essas receitas. O estranho é que não tem o mesmo cheiro, nem mesmo o gosto é igual.
Mamicota Junior
No momento, as coisas costumam passar despercebidas, os cheiros, o paladar... Mas com o passar do tempo, muito sentimento é atribuído a essas sensações. Eu ainda acho engraçado quando um cheiro me lembra alguém, ou algo. A mente funciona de formas incríveis... Seu texto é muito bom! É uma pena que não consiga recriar essas sensações que sua bisavó lhe proporcionava.
ResponderExcluirA comida também é afeto quando feita com amor, é muito bom sentir o tempero de quem nos ama e faz com carinho, achei muito lindo seu texto, parabéns!
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