Querida L,
É difícil confessar a saudade de ti. Ao me inclinar para o descanso, a mente insiste em
lembrar você. Mas devo dizer que a mente também insiste em esquecer, essa
dualidade do sentimento me veio num tempo em que eu mais precisava. Curioso, né?
Hoje, eu vou passando com os dias numa lenta canção, o desespero por beijo e abraço
ainda me alcança, mas não me atormenta mais. Tenho a certeza que você está feliz, o
que me alegra demais, pois felicidade sempre foi tão simples para ti. Digo que me
espelhei até no seu jeito de viver, para tentar esquecer de nós dois, mas graças a Deus,
eu encontrei minha própria estrada. Tempos pensativos para todos.
Já faz algumas semanas que passei pela sua rua de paralelepípedo. Abro um sorriso tão
bobo de um tempo que passou, mas eu queria tanto que não passasse, pois éramos
dois idiotas, mas idiotas que sabiam o que queriam naquele momento e apenas
viveram o seu momento. Nossos beijos na chuva, as mãos dadas no ponto de ônibus,
tudo isso dá saudade.
Ainda existem tantas coisas pra te falar, e sei que poderia te chamar por celular, mas a
vontade para te contar de corpo e alma é gigante, e os lábios falham na hora de falar.
Momentos meus em que tento de tudo para o fazer, mas não consigo. São problemas
que ainda vão passar, disso eu sei.
Bom, de tudo que penso e de tudo que me pergunto, eu só queria saber: Qual o preço
do amor dentro da dúvida? Espero que um dia eu possa entender. Eu não sei se você
um dia lerá essa carta, mas torço que o sentimento dessas palavras vá até você.
Que o vento vá leve e passageiro para nós dois.
Desértico Joe
É horrível não termos mais uma pessoa que amamos ao nosso lado. É aquela vontade de voltar no tempo e aproveitar o que não foi vivido, de sentir cada momento antes que tudo passe... Seu texto é lindo, Joe.
ResponderExcluirAmei seu texto, Desértico Joe, porque já senti o mesmo e você conseguiu traduzir em palavras direitinho esse sentimento. Parabéns!
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